sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

2019, o Ano em que o Brasil se Dividiu ou O Poder do Egoísmo


Sendo o PODER um jogo social e para aprender a dominá-lo, você deve desenvolver a capacidade de estudar e compreender as pessoas”, no livro “As 48 Leis do Poder”, de Robert Greene, seus conceitos são expostos de forma objetiva e com abundância de exemplos. Chamam-no de “Manual do Vilão”, particularmente, tenho-o como o “Manual para se Tratar com os Vilões”. Das Leis que exibe com maestria, transcrevo as seguintes, que interessam a este pequeno ensaio:
- 1ª Lei - “Não ofusque o brilho do Mestre - faça sempre que as pessoas acima de você se sintam confortavelmente superiores. Querendo agradar ou impressionar, não exagere exibindo seus próprios talentos ou poderá conseguir o contrário - inspirar medo e insegurança. Faça com que seus mestres pareçam mais brilhantes do que são na realidade”; e
- 5ª Lei – “Muito depende da reputação - Dê a própria vida para defendê-la - A reputação é a pedra de toque do poder. Com a reputação apenas você pode intimidar e vencer; um deslize, entretanto, e você fica vulnerável, e será atacado por todos os lados. Torne a sua reputação inexpugnável. Esteja sempre alerta aos ataques em potencial e frustre-os antes que aconteçam. Enquanto isso, aprenda a destruir seus inimigos minando as suas próprias reputações. Depois afaste-se a deixa a opinião pública acabar com eles

A definição de EGOÍSMO gira em torno da qualidade do egoísta, amor exclusivo da sua pessoa e/ou dos seus e interesses e, ainda, o amor excessivo ao bem próprio, sem consideração aos interesses alheios; e a definição de DEMOCRACIA, do grego demokratia, governo popular, é o sistema político em que a autoridade emana do conjunto dos cidadãos, baseando-se nos princípios de igualdade e liberdade, onde os mesmos governam por intermédio de seus representantes, periodicamente, eleitos e, ainda, o governo do povo, soberania popular. Doutrina ou regime político baseado nos princípios da soberania popular e da distribuição equitativa do poder.

Então é Natal, e o que você fez? O ano termina e nasce outra vez...”. 

Uma profusão de pensamentos intuitivos me inquietaram e aqui estou a escrever sobre este tema.

Observando os fatos e os comportamentos das pessoas, não importando o círculo que se encontrem, seja familiar, social, profissional, religioso, esportivo etc quando o assunto descamba para a política, não importando, também, se nacional ou planetária, a divisão, imediatamente, se estabelece.

Não é uma divisão igualitária, tipo 50% para cá e 50% para lá, não! Com certeza não!

No nosso querido Brasil, a situação se tornou, até, perigosa!

 A intuição apontou para o ano de 532, em Constantinopla, onde aconteceu a REVOLTA DE NIKÉ, no hipódromo, durando cerca de uma semana, até que fosse contida pelo Imperador Justiniano I. Como não a tinha bem definida na mente, numa pequena pesquisa na internet encontrei-a apresentada objetivamente: tal “eclodiu porque houve uma dúvida sobre qual dos cavalos vencera a corrida - Niké era o cavalo pelo qual a população torcia, e chegara quase empatado com outro concorrente, o da equipe do Imperador. Consultado para resolver o dilema, Justiniano I declarou que o vencedor era o seu cavalo. A plebe, enfurecida, rebelou-se e começou uma discussão entre as várias classes sociais.

A revolta, ‘de facto’, não se deu simplesmente por causa do resultado de uma corrida de cavalos, mas sim por uma série de motivos que já estavam acontecendo há muitos anos e incomodavam a população. A fome, a falta de moradia e, sobretudo, os altos impostos eram os maiores motivos de revolta. 

Em Constantinopla existiam organizações desportivas rivais, que defendiam suas cores no hipódromo onde a rivalidade desportiva refletia divergências sociais, políticas, e religiosas. Eram os Verdes, os Azuis, os Brancos e os Vermelhos. Esses grupos haviam-se transformado em “partidos políticos”. Os Azuis reuniam representantes dos grandes proprietários rurais e da ortodoxia da Igreja Romana; já os Verdes, em matéria política, eram partidários da democracia pura ou anárquica, e incluíam em suas fileiras altos funcionários nativos das províncias orientais, comerciantes, artesões, adeptos da doutrina monofisista (que queria ver em Jesus Cristo apenas a natureza divina), condenada pelo Concílio de Calcedônia.

 Até então os imperadores tinham tentado enfraquecer um grupo, apoiando o outro. Justiniano I recusou essa solução, provocando a união dos Verdes e Azuis, que se rebelaram. A rebelião se propagou rapidamente por toda a capital e ganhou grandes proporções. 

 A população queria uma diminuição dos altos impostos cobrados. Aos gritos de Nika! (quer dizer "Vitória"), os rebeldes massacraram a guarda real e dominaram quase toda a cidade, proclamando um novo imperador. Como descreve Auguste Bailly, a população atacou os edifícios que por sua majestade ou riqueza lhe pareciam simbolizar a ordem social que queria abater. Assim foi incendiada quase totalmente a Igreja de Santa Sofia, e o Palácio Imperial sofreu grandes devastações. Diante da gravidade da situação, Justiniano I ameaçou deixar o trono, mas foi aconselhado por sua mulher Teodora, a qual disse: ‘Ainda mesmo que a fuga seja a única salvação, não fugirei, pois aqueles que usam a coroa não devem sobreviver à sua perda. Se quiseres fugir, César, foges. Tens dinheiro, teus navios estão prontos e o mar aberto. Eu, porém, ficarei. Gosto desta velha máxima: a púrpura é uma bela mortalha.

 Diante disso, Justiniano I decidiu reagir e encarregou o general Belisário de cercar o hipódromo e aniquilar os revoltosos. A revolta foi rapidamente reprimida pelo general que, ao lado de seu exército, degolou cerca de trinta mil pessoas. Com a oposição controlada, Justiniano I pôde, a partir de então, reinar como um autocrata.”  

A semelhança desse fato, acontecido há 1487 anos, com as coisas absurdas do nosso cotidiano é imensa, sendo, a grosso modo, profética.

Os brasileiros comportam-se, politicamente, como se torcessem por times de futebol, não interessando os fatos e a autoridade que foi concedida no pleito democrático de 2018. Agem de forma absoluta e egoísta, encastelados nas próprias razões e interesses, sendo que o grupo minoritário socialista-comunista-bolivarianista ou, como queiram, progressista-globalista, apeado do poder, ainda é dominador do meio cultural e pedagógico, com aliados na mídia, buscando, por todos os meios, minar o governo da maioria estabelecido – se alguém duvida, observe as manifestações públicas, populares/espontâneas, em relação ao Presidente da República, comparando-as com as do grupo anteriormente nomeado em relação ao “9 dedos”. 


 Ao mesmo tempo, o Poder Executivo sofre das intrigas palacianas – o Palácio do Planalto não é o céu! - as tais que existem desde antes dos mesmos serem construídos na face da Terra. Pessoas interesseiras, pessoas bandidas, pessoas competentes, pessoas incompetentes etc são afastadas por pessoas interesseiras, pessoas bandidas, pessoas competentes, pessoas incompetentes etc provocando, entre os que elegeram o atual governante, outra divisão: a dos insatisfeitos, por não terem a sua visão ideal de mundo atendida, agindo como, no jargão futebolístico, vira-casacas... Curioso não?!? A propósito, sinto dizer a estes que o céu de justiça e ética ainda não se estabeleceu na terra e não teremos anjos para o materializar, sendo o que está no menu é o que temos e a maioria democrática o aprova.

Certamente, a “prateleira de cidadãos competentes” (civis e militares), disponíveis para serem utilizados pelo Poder Executivo, está abarrotada... Um grupo e/ou pessoa são defenestrados pela intriga palaciana e, em seguida, aparece outro grupo e/ou pessoa no lugar e/ou as forças são compostas de outra maneira. Em suma, quem governa é o Executivo, mas os “times de futebol e seus torcedores” não querem saber disto, olhando sempre para o próprio umbigo, repetindo seus mantras enlouquecidos, pouco se importando, egoisticamente, se o país poderá, com a desunião, ser encaminhado, novamente, para o abismo. A coisa chega ao ponto desses grupos somente lerem, assistirem, participarem de eventos etc sobre aquilo que lhes interessam, refutando tudo de concreto, real e bom que está sendo executado, esquecendo-se do caos que foi instalado no país pelas forças que idolatram, acrescentando-se a estes, os insatisfeitos, também curiosamente desmemoriados... Patético!


O país está evoluindo, independente do que as pessoas acham e, isto, deve-se, basicamente, ao trabalho diuturno daqueles que se encontram no Poder Executivo... Os outros Poderes da República ajudam? Sim, ajudam, mas também prejudicam... O Poder Executivo prejudica? Pode ser, mas o saldo, por enquanto, está muito mais positivo em detrimento dos possíveis erros que esses grupos minoritários cismam em focar... Olham para as pedras! Prefiro a luz do farol que se assenta sobre elas, a qual nos guiará à liberdade, à paz, à ordem e ao progresso! Muito avançamos em um ano!! Que 2020 seja melhor!!!