Se o ATAVISMO é um
fenômeno que ocorre, no inconsciente de um indivíduo (ou de uma coletividade),
com o reaparecimento de caracteres psíquicos (ou psicossociais) e/ou genéticos,
que pertenciam às gerações antepassadas; se a POLÍTICA se traduz pela pergunta
“o que fazer?”; e se a ESTRATÉGIA, igualmente por uma pergunta, “como fazer?”,
a nossa nação está mergulhada num imbróglio desde o seu parto.
Os portugueses, como
povo que forneceu o sentido de Estado Nacional para o Brasil, à época, tinham
por POLÍTICA as práticas do “é dando que se recebe”, do “apadrinhamento”, do
“cabide de emprego” etc o que gerava a ESTRATÉGIA do “quem parte e reparte, se
não ficar com a melhor parte, ou é bobo ou não tem arte”, as quais, 518 anos
após, continuam, ATAVICAMENTE, a nos assombrar, evidenciados pela consequência
que identificamos por CORRUPÇÃO.
Certamente os
brasileiros buscaram e continuam a buscar meios para se livrar de tal mal
agindo no próprio, passando a identificar na classe militar, atualmente, como a
instituição capaz, pela maneira de atuar e se comportar, de CAPITANEAR uma
transformação no País. No entanto, no final do Regime Militar, tal mal também
foi evidenciado e foi um dos causadores do seu fim.
Muitos apontam para
partidos políticos (e seus integrantes), os empresários e as ideologias que os
norteiam, como os causadores dos dissabores, esquecendo-se da origem dos nossos
problemas. A busca pela solução nos militares, pela imagem que apresentam,
inconscientemente aponta para a causa que vence o ATAVISMO que nos prejudica: a
ÉTICA.
A verdade é o apanágio
básico da ÉTICA e tal é cultuado em todo o meio militar, encontrando-se, no seu
Regulamento Disciplinar, o “FALTAR COM A VERDADE” como a principal e mais
odiosa transgressão, capaz de destruir toda a carreira de quem a cometeu.
Forçosamente
necessitamos passar por uma REVOLUÇÃO CULTURAL, pacífica e ordeira, como é a
nossa nação, na qual o ensino e a difusão exaustiva da ÉTICA e seus valores se
alastraria, identificando, envergonhando, contendo, combatendo, quiçá
aprisionando, transformando em minoria aqueles que continuassem a
transgredi-los... Fica a pergunta que não quer se calar: como podemos resolver
nossos problemas sempre praticando as mesmas coisas que os causaram? As nossas
FAMÍLIAS nos ensinam que os grande furtos começam com a prática de pequenos
delitos, então...